A vírgula não é um detalhe

Vírgula - imagem do Wikimedia Commons

A vírgula, sempre discreta, ocupa mínimo espaço na página mas desempenha funções imensamente importantes na Comunicação escrita!

Nas conversas cotidianas, é comum dizer que sofremos algum dano “por causa de uma vírgula”, implicando que nosso sofrimento foi devido a um simples detalhe insignificante.

Acontece que a vírgula não é um detalhe, mas um elemento importantíssimo de significação. A vírgula não só modifica o ritmo da frase, indicando pausas para respiração, como muda o sentido frase, altera a sintaxe, separa elementos, organiza listas, indica conexões lógicas e, além disso, revela o estilo do escritor: fluido, caudaloso, entrecortado, digressivo, detalhista, panorâmico, romântico…

O uso inteligente dos sinais de pontuação é uma habilidade essencial à formação de um bom escritor. Já o mau uso dos sinais de pontuação pode causar todo tipo de mal entendido. Por exemplo:

(Wrong) Let's eat Grandpa! (Right) Let's eat, Grandpa!

O correto emprego da vírgula pode salvar vidas!

Na imagem acima, você vê duas frases em inglês. A primeira significa “Vamos comer vovô”! É um convite ao canibalismo! Já a segunda frase significa “Vamos comer, vovô”! É um momento de carinho entre o neto e seu avô.

A diferença gritante entre um ato de canibalismo e um ato de carinho nas duas frases acima foi provocada unicamente pelo uso da vírgula, tanto em Inglês como em Português!

Não há espaço neste blog para explicar todos os detalhes do uso inteligente da vírgula, mas acredito que você poderá se beneficiar de uma explicação que redigi agora há pouco na correção de um exercício de um aluno do Curso Online de Redação.

“Aproveitando para explicar este uso gramatical da vírgula: sempre redija os apostos – isto é, expressões explicativas intercaladas a partes da oração – entre vírgulas, travessões ou parênteses. Das três opções, dê preferência à vírgula, já que você nunca estará ‘errado’ ao empregar a vírgula para isolar um aposto.

Os parênteses são normalmente usados incluir informação que esteja totalmente fora do assunto da frase ou do texto (por exemplo, esta frase dentro destes parênteses) mas que o autor julga importante acrescentar, pelos mais variados motivos. Já os travessões, em termos gerais, indicam uma situação em que o autor se dirige diretamente ao leitor – por exemplo, incluindo uma reflexão pessoal – dando um aspecto mais informal à redação.

De todo modo, prefira a vírgula!”

Outra situação em que a vírgula costuma ser muito mal utilizada é na sinalização de inversões. Leia a explicação abaixo:

Mais uma observação sobre o uso gramatical da vírgula: sempre que você inverter os termos da frase, separe a parte invertida com uma vírgula. Por exemplo:
Frase na ordem direta: Ele fez o gol da vitória ao apagar das luzes. (Sem vírgula!)

Algumas possíveis inversões:

  • Ao apagar das luzes, ele fez o gol da vitória.
  • O gol da vitória, ele o fez ao apagar das luzes.
  • Da vitória, ele fez o gol ao apagar das luzes.

Como você pode ver, embora este não seja um curso de Gramática, muitas de suas dúvidas e dificuldades gramaticais serão resolvidas paulatinamente, ao longo das lições.

Afinal, não podemos admitir a possibilidade de que você perca pontos em uma prova só por causa de uma vírgula!

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