Você tem um bloqueio psicológico que o impede de escrever?

Bloqueio de escritor: página em branco, papel amassado sobre a mesa.

Bloqueio de escritor: será um problema tão comum como alegam? Imagem: “Businessman Writing On Clipboard” by imagerymajestic

Algumas pessoas alegam, por variados motivos, que têm algum tipo de bloqueio psicológico que as impede de escrever. O que posso dizer sobre isso? Várias coisas! Algumas delas são relativas à minha própria trajetória pessoal. Outras, à minha formação profissional. Também posso tratar desse assunto contando minhas experiências ou relatando casos e exemplos práticos envolvendo outras pessoas. Também poderia relatar minhas leituras, oferecendo o fundamento teórico, a explicação científica, de minha opinião.

Viu só? Sempre temos o que dizer sobre qualquer assunto que dominemos! Se o assunto fosse relativo a uma dúvida sobre Nietzsche – que nunca li – ou sobre culinária coreana – a qual nunca experimentei – eu responderia com um sonoro e convicto “sei lá”!

De tudo o que posso dizer sobre este tema de redação – “Disserte sobre o bloqueio psicológico que impede algumas pessoas de escrever” – o que seria mais importante para você, o leitor? Não posso pensar apenas no que eu gostaria de dizer, senão meu texto se transformaria numa simples exibição de narcisismo intelectual: você me acharia um chato, bocejaria e largaria este texto antes de terminar de lê-lo. Uma catástrofe!

Então, se estou escrevendo para você, leitor deste blog, tenho de pensar no que você precisa ler. Preciso me colocar no seu lugar, imaginar você aqui, na minha frente, dizendo que tem um problema psicológico que impede você de escrever. Como se diz em inglês, eu preciso “calçar os seus sapatos”, para sentir onde eles apertam.

Nesse momento, passo minhas ideias na peneira e me concentro no que vou dizer a você. No que você gostaria ou precisaria ouvir. Mais do que isso: preciso dizer algo em que você ACREDITE, já que você está apresentando um problema para o qual ainda não acredita ter encontrado a solução! Você manifesta uma dúvida de caráter pessoal, uma dúvida existencial que eu, como escritor, não posso menosprezar com uma resposta rala, um clichê, um chavão de auto-ajuda. Você relata uma experiência pessoal que define quase como um trauma. Está confessando uma fraqueza. Assim, eu, como escritor, preciso, antes de mais nada, demonstrar um respeito profundo por essa confiança que você depositou em mim e correspondê-la, apresentando a você um texto que restaure sua autoconfiança e insufle um novo ar, uma resposta que ilumine seu espírito, que tenha um dom de heureca, que abra sua mente para um novo horizonte ainda não vislumbrado.

Uau! Que tema de redação difícil esse que você foi me arrumar, hein?

Tão difícil, mas tão desumanamente difícil esse tema, que vou reduzi-lo à sua mais simples expressão:

– Quando em dúvida, pense no leitor!

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